“Eu quero me
encontrar com o Ednaldo e lhe dar um abraço e pedir desculpa para ele e a
família. Não está certo o que aconteceu”, disse na tarde desta segunda-feira, o
vendedor Saulo Herbert Dobberke Luchiari, de 52 anos. Ele falou ao Site
Polícia em QAP, de Mogi das Cruzes, ao lado do seu advogado José
Beraldo.
Na manhã do
último dia 16, ele foi acusado de agredir uma adolescente, de 17 anos, a
madrasta dela, a florista Érica Priscila Moreira, de 42 anos, que disse na
delegacia ter intercedido na confusão para impedir a violência contra a sua
enteada e também recebeu puxões de cabelos. Foi necessário, segundo
afirmaram, a intervenção de Rinaldo, marido de Érica.
A família
havia ido mais uma fez na loja Mizutável, localizada no bairro do Mogilar, para
receber o dinheiro da venda de um Onix que foi deixado como consignação no
comércio.
Como Saulo
foi o intermediador do negócio, a adolescente no dia 16 com o celular filmou a
loja e chegou a apontar o aparelho na sua direção. Ela contou aos policiais que ele lhe deu tapas no rosto, chutes e a segurou pelo pescoço.
Nesta
segunda-feira, dia 21, ele explicou que “não me lembro das agressões, sei que
apanhei muito da família. Eu só bati no celular. O Ednaldo bem mais forte do
que eu me derrubou e levei socos e
pontapés. Para se ter uma ideia, a jovem ainda tentou se jogar na frente do carro
quando saia da loja”.
Em seguida,
Saulo afirmou que “a família tem toda
razão, deixou o carro lá e não recebeu. Falei com o meu gerente e pensei em
entregar o Onix para o Ednaldo, mas o meu gerente não deixou e me respondeu que
o carro já tinha sido vendido”.
Apesar disso,
Saulo, no dia 12, formalizou uma queixa de ameaça na Delegacia Eletrônica, via
internet, em desfavor do dono do Onix.
De acordo
com o histórico do boletim de ocorrência, Ednaldo foi à Mizutável, se ajoelhou
na frente dele e falou que “ele me havia entregue a Deus e que no sítio dele
estava fazendo um poço de 13 metros de profundidade. Entendi que fui ameaçado
de morte. Aliás, já recebi várias ameaças justamente porque eu pedia para a
empresa pagar os donos ou devolver os carros e nada acontecia.”
O advogado
José Beraldo disse que “tanto o Saulo como eles (a família) foram ludibriados.
O Saulo quis tirar o celular e a menina começou a gritar. Vou requisitar a fita
do sistema do monitoramento da loja que mostra tudo. Eu entendi que o Saulo foi
vítima dos responsáveis da loja e da família do cliente. Ele já pediu a conta,
está afastado, e vai chegar na Promotoria e assumir pelo que fez. Está triste e
envergonhado por tudo. Foi um ato instintivo de defesa. O Saulo está preocupado
e está ainda sendo cobrado por outros clientes”.
O delegado
Francisco Del Poente, titular do Distrito Central, determinou a elaboração do
Termo Circunstanciado (TC) sobre lesão corporal, no qual a madrasta e enteada
constam como vítimas, sendo o vendedor Saulo autor da lesão corporal produzida
nas duas.
Como os
envolvidos ressaltaram que ficaram feridos, a autoridade requisitou
para os três exames de corpo de delito no Posto do Instituto Médico Legal.
O TC já
elaborado após os laudos serem anexados será encaminhado à Justiça que também julga
os crimes de menor gravidade baseados na
Lei 9099/95.