DELEGADO ABRE 20 INQUÉRITOS POLICIAIS PARA APURAR CRIMES CONTRA A LOJA MIZUTÁVEL NO MOGILAR: PREJUÍZO É ESTIMADO EM R$ 500 MIL

Delegado Del Poente investiga crimes da loja fechada em 22 de dezembro


 

O delegado Francisco Del Poente, titular do 1º Distrito Policial, no Parque Líbano, em Mogi das Cruzes, disse ao Site Polícia em QAP, na tarde desta quarta-feira, dia 6, que já instaurou 20 inquéritos policiais em desfavor da loja de veículos Mizutável, na avenida Prefeito Carlos Ferreira Lopes, 1143, no bairro do Mogilar, para apurar os crimes de apropriação indébita e estelionato. O prejuízo calculado aos clientes está estimado em R$ 500 mil, conforme o próprio gerente administrativo do comércio Fabrício Tomita, de 29 anos, esclareceu ao ser intimado pela autoridade para ser ouvido nos procedimentos criminais nos próximos dias. A loja está fechada desde 22 de dezembro de 2020.

“Os donos deixavam os seus veículos por consignação e depois sabiam que eram vendidos, porém não receberam o valor total do carro como é o correto e alguns pegaram dinheiro parcelado, mas faltam muitos pagamentos”, detalhou Del Poente.

Segundo ele, várias vítimas que se viram vítimas do golpe procuraram a delegacia e formalizaram queixas o que tornou possível abrir os inquéritos.

“É uma satisfação imediata que a Polícia Civil tem que dar aos lesados. Nos inquéritos serão ouvidos os clientes, testemunhas e serão anexados provas e documentos importantes para a elucidação dos crimes, já visando fundamentar a acusação contra os responsáveis pelos crimes”, garantiu o delegado titular Francisco.

Ele frisou ainda que “o gerente Fabrício que representa os diretores da loja, mesmo porque é a pessoa mais citada pelos clientes que estão reclamando. Ele terá que dar uma explicação por essa situação e tentar encontrar uma solução”.

“LOJA VAI RESOLVER”, DIZ GERENTE

Desde os 16 anos, Fabrício Tomita contou ao Site Polícia em QAP na tarde desta segunda feira, dia 6, que “eu trabalho para o meu tio , o Roberto Mizuta, que foi presidente do Grupo hoje já dividido entre outros parentes. A loja vai resolver”.

Na Mizutável, a situação financeira vinha sendo abalada de 3 a 4 anos, mas se agravou a partir de março último quando começou a pandemia, reconhece o envolvido. “Tivemos que fechar por três meses, nenhum carro foi vendido, já pensou isso. Qual loja aguenta?”.

A família, conforme disse Fabrício Tomita, se reuniu e está cuidando de realizar a venda de imóveis o mais rápido possível para ressarcir o prejuízo em torno de mais de R$ 500 mil.

“A maior parte dos veículos deixados em consignação estão sendo pagos em parcelar, é lógico que temos pagamentos atrasados, porém vai dar para quitá-lo. O nosso advogado está entrando em contato com os proprietários e fecharmos um acordo”, ressaltou o gerente administrativo.

Para ele, “Só há dois veículos, uma Renegade e outro Mitsubishi, com os valores altos, aproximadamente de R$ 50 mil cada um, mas vamos também quitar totalmente esses carros”.

O delegado Francisco Del Poente advertiu o gerente Fabrício  que ele não pode deixar de comparecer aos chamados da Polícia Civil para se manifestar nos inquéritos para que a situação dele e dos responsáveis pela loja não se agrave. O titular acredita que para a oitiva do gerente nos autos vai todo um dia de expediente. Em seguida, após os inquéritos serem relatados, a autoridade vai remeter os procedimentos para o Fórum de Mogi, onde caberá a análise do Ministério e da Justiça.

VIOLÊNCIA

No mês passado, a cobrança feita por um dono de veículo que ficou na Mizutável por consignação, virou violência contra a filha dele, de 17 anos, e a sua companheira. Um vendedor foi filmado pelo celular da garota e a confusão começou. Segundo o gerente Fabrício Tomita, “na ocasião devíamos uma parcela de R$ 5 mil pelo Onix que ele deixou lá e foi vendido. Pagamos o resto no mesmo dia. Mas, o caso teve uma péssima repercussão, pois tivemos 3 carros apedrejados por populares. Sem condição de levar adiante o negócio, fechamos a loja em 22 de dezembro”.