REQUISITADO AO MINISTÉRIO PÚBLICO AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA CONTRA A PREFEITURA DE MOGI POR DESCARTE DE LINGUIÇAS DE CESTAS BÁSICAS

                                                           Linguiças retiradas das cestas básicas

O jornalista Mario Berti Filho apresentou nesta segunda-feira, dia 22, uma representação ao Ministério Público de Mogi das Cruzes contra a Prefeitura Municipal em face de atos que em tese podem configurar improbidade  administrativa cometidos por seus representantes legais.

Na petição, ele ressalta que “os atos podem causar prejuízo ao erário e violação aos princípios que regem a Administração Pública, em especial legalidade, eficiência e interesse público”.

Na sua representação, Mário Berti cita as reportagens divulgadas pelo Site Polícia em QAP desde o final de dezembro de 2020 até as atuais.

Abaixo a íntegra da petição:

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) REPRESENTANTE DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO. MARIO BERTI FILHO, jornalista, divorciado, portador da cédula de identidade RG nº 3.932.394-8 e inscrito no cadastro de pessoas físicas sob n º 261.283.228-91, com endereço a Rua Francisco Vaz Coelho, 473 – Vila Lavínia – Mogi das Cruzes/SP, vem apresentar, REPRESENTAÇÃO, em face da PREFEITURA MUNICIPAL DE MOGI DAS CRUZES, através de seus representantes legais, por atos que podem configurar IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA, causando prejuízo ao erário e violação aos princípios que regem a Administração Pública, em especial legalidade, eficiência e interesse público. Conforme reportagens publicadas pelo conceituado jornalista Laercio Ribeiro, a respeito da deterioração de cestas básicas que seriam destinadas a famílias de Mogi das Cruzes em situação de vulnerabilidade. Link das matérias: JÁ FORAM PARA O LIXO DEZENAS DE PACOTES DE LINGUIÇA CALABRESA RETIRADOS DE CESTAS BÁSICAS QUE DEVERIAM ESTAR COM FAMÍLIAS MENOS FAVORECIDAS. http://www.policiaemqap.com/2021/02/ja-foram-para-olixo-dezenas-de-pacotes.html?m=1 POPULAÇÃO TEM FOME, MAS HÁ 6 MIL CESTAS BÁSICAS ARMAZENADAS PELA PREFEITURA, MUITAS JÁ VIOLADAS E DETERIORADAS. http://www.policiaemqap.com/2020/12/populacao-temfome-mas-6-mil-cestas.html?m=1 "CESTAS PODEM GARANTIR UM FINAL DE ANO OU INÍCIO DE 2020 UM POUCO MELHOR PARA AS FAMÍLIAS", DIZ A SECRETÁRIA NEUSA. http://www.policiaemqap.com/2020/12/cestas-podemgarantir-um-final-de-ano.html?m=1 As matérias acimas que acompanham esta representação na integra, em resumo, as milhares de cestas básicas foram armazenadas no final de 2020 no imóvel sede do Centro Municipal Integrado Deputado Maurício Najar, no bairro do Mogilar, o que tudo indica de forma precária, pois cestas básicas foram atacadas por ratos, violadas e com produtos deteriorados, além do local sofrer com goteiras quando chove. Nos últimos dias a situação piorou, com a má conservação dos alimentos, o que tudo indica em local completamente improprio para o armazenamento dos alimentos perecíveis. Dezenas de pacotes contendo linguiças calabresa foram descartados, assim deixando de alimentar dezenas de famílias vulneráveis. Inacreditável tal situação em meio à pandemia de Covid-19, com o fechamento das escolas, alto índice de desemprego, famílias extremamente necessitadas que dependem destes alimentos, que foram armazenadas e mantidos de forma irregular. Difícil acreditar que a Prefeitura com mais de 5 mil servidores públicos em seus quadros de funcionários deixou faltar logística para entrega em tempo hábil as cestas, as pessoas que necessitam, a ponto de estragar, ou mesmo, deixando de descentralizar a distribuição dos alimentos. Transcrevo trecho da matéria que demonstra verdadeiro descaso não só com dinheiro público, mas com as pessoas que deveriam receber estes alimentos: (...). “As linguiças viraram lixo e o prejuízo está sendo elevado, pois teve um custo ao Governo do Estado. Faltou logística e nada justifica ser alegado que em janeiro e fevereiro os funcionários responsáveis pelo serviço estavam em férias”. Sem mais delongas, pelo exposto REQUER ao Ministério Público do Estado de São Paulo, instituição Custos Legis, para que apure os fatos acima narrados, e promova as medidas legais contra os responsáveis ou melhor irresponsáveis, principalmente referente aos agentes políticos eventualmente envolvidos neste descaso, seja por culpa “in eligendo” culpa pela escolha de seus prepostos para distribuição e armazenamento dos alimentos ou culpa “in vigilando”, culpa por deixar de tomar as medidas cabíveis para o não perecimento dos alimentos, já que ficaram em tese em local inapropriado por longo período. Se possível fiscalização in loco, notifique os agentes públicos envolvidos para que informem onde foram descartados os alimentos impróprios ao consumo, se houve registro e pericia dos alimentos, se acionaram a Vigilância Sanitária entre outras providencias. Termos em que, Pede deferimento. Mogi das Cruzes, 22 de fevereiro de 2021. MARIO BERTI FILHO