DIVERGÊNCIAS ENVOLVEM ADVOGADOS E ASSOCIAÇÃO NOS BASTIDORES DO PROCESSO EM DEFESA DE MORADORES DO HOSPITAL DR. ARNALDO

                                    Estado luta para reaver casas que considera invadidas no hospital

 

A Associação de Agregados Moradores do Cerapc (Assagreg), que tem como presidente Felipe Alves Bitante, enviou nesta segunda-feira, dia 22, nota ao Site Policia em QAP em protesto à entrevista concedida pelo advogado José Beraldo na matéria com o título “Procuradoria do Governo do Estado suspende despejo de moradores do hospital Arnaldo, avisa o advogado José Beraldo".

Na alegação de Felipe, Beraldo não é mais constituído por moradores e não pode falar sobre o processo que reivindica ao Governo do Estado a permanência de famílias de pessoas adoentadas que foram acometidas de hanseníases nos imóveis na área do hospital Arnaldo Pezzuti Cavalcanti, em Jundiapeba.

O advogado Beraldo contesta essa versão e afirma que em agosto de 2020 vários moradores o procuraram em seu escritório, no bairro do Mogilar, e pediram o seu apoio, tanto que assinaram as procurações, permitindo o início da ação junto à Justiça. “O que está acontecendo é ingratidão, coisa da vida”, lamenta.

“Depois que fiz tudo, houve ingerência de forma escusa e assinaram a nota da Associação, mas eu tenho um bom número de clientes que falo por eles sim, tanto que já enviei algumas procurações ao Site”, garante José Beraldo.

A nota da Associação ainda afirma que vai representar Beraldo junto a OAB por entender que agiu de forma irregular e avisa aos órgãos de comunicação que estão passiveis de serem responsabilizados civilmente caso aceitem entrevistas do advogado sobre esse processo.

Eis a íntegra da Nota de Esclarecimento, da Assagreg: “A Associação dos Agregados Moradores do Cerapc – Assagreg, vem a público  esclarecer que o Dr. José Beraldo OAB-64.060-SP, e o corpo jurídico do seu escritório, não tem autorização e nem procuração assinada por nenhum de nossos associados e envolvidos no processo que tramita sob o número 1011074-23.2020.826.0361.

Sendo Assim o mesmo Dr. Citado acima, será representado perante a Ordem dos Advogados do Brasil, e qualquer meio de comunicação que aceitar que ele use o nome da associação ou mesmo de um agregado que faça parte da mesma, sem  previa autorização responderá judicialmente”.

A nota datada de 22 de março de 2021 é assinada pelo presidente Felipe Alves Bitante e 8 agregados.

MEDIDAS

O advogado José Beraldo explicou nesta terça-feira, dia 23, que vai registrar boletim de ocorrência por supressão de documentos e pedir abertura de inquérito em desfavor da advogada Raquel Rondon.

Segundo ele, a advogada não mais atua em seu escritório, porém ambos deram início ao processo no caso dos moradores do hospital Arnaldo Pezzuti Cavalcanti.

“O que importa é que no meu escritório o martelo da Justiça bate forte. Consegui apoio da vereadora Fernanda Moreno e da Câmara Municipal, e então, a Procuradoria do Estado informou que o despejo dos moradores foi suspenso”, ressalta o advogado.

Ele ainda esclarece que vai adotar providências contra a advogada Raquel Rondon e o presidente da Associação, Felipe Alves Bitante por alienação de clientes.

“Veja bem, ela trabalhava no meu escritório, montou o próprio e levou para estagiar o Felipe, que é o presidente da Associação”, frisou.

POSIÇÃO

A advogada Raquel Rondon discorda do posicionamento de Beraldo e afirma que “ele próprio enviou uma carta em 2 de março último, descartando os então clientes, pedindo que decidissem entre ele ou eu como advogada”. Ela mandou uma das cartas ao Site.

Na análise da advogada Raquel, “não há o que falar em supressão de documentos, primeiro porque nunca houve, e depois em razão do processo ser público”.

Quanto ao fato de alienação de clientes, a defensora dos moradores acentua que “é inadmissível, uma vez que o Beraldo mandou os clientes optarem através de carta”.

Ao citar o presidente da Associação, Felipe a advogada disse que “ele atua apenas como estagiário no meu escritório, o que é normal para quem cursa Direito”.