(Fotos Divulgação Laércio Ribeiro e Polícia Civil)
Após dois
anos de investigações que surgiram a partir da prisão de traficante com 10
quilos de drogas por policiais civis, da Dise (Delegacia de Investigações sobre
Entorpecentes, da Seccional de Mogi das Cruzes, levaram no início da manhã
desta quarta-feira (6) a deflagração da “Operação Pull Back” em Mogi das Cruzes
e na região do Alto Tietê e que se estendeu a 6 Estados: São Paulo, Paraná, Santa
Catarina, Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás.
No final da
tarde, o seccional Jair Barbosa Ortiz e o delegado titular da Dise, Fabrício
Intelizano comemoravam o resultado da primeira fase da blitz, dizendo em
coletiva à imprensa que foram cumpridos 88 mandados de busca e apreensão, que
levaram à apreensão de R$ 250 milhões, 25 armas, drogas, 10 veículos, muitos de luxo,
motocicletas e imóveis, além de equipamentos de informática, e áudio, máquinas
de cartões, documentos diversos e informações sobre a contabilidade do tráfico.
“A primeira
etapa da operação está relacionada à coleta de provas e bloqueio de bens. Foram
apreendidos R$ 250 milhões, em moeda corrente brasileira e estrangeira”, disse
o delegado seccional Jair Barbosa Ortiz.
“O objetivo
principal foi desestruturar financeiramente célula criminosa voltada à lavagem
de dinheiro oriundo de tráfico de drogas e de armas”, completou.
Segundo ele,
“materiais de arquivo eletrônico do crime organizado apreendido servirão para
desvendar toda a estrutura hierárquica da organização. Na fase 1 da operação haverá
a elaboração de trabalho voltado à avaliação das provas e bens apreendidos e
prisão processual ou condenatória dos cabeças da organização, havendo retorno
dos valores ao Estado, causando reflexo no tráfico de varejo, roubos, circulação
de armas ilegais e lavagem de dinheiro”.
TÁTICA
Infiltrados
na organização criminosa certamente ligada à facção criminosa PCC (Primeiro
Comando da Capital) estão empresários, profissionais liberais como advogados,
comerciantes, estudantes e até mulheres recém separadas. Dependendo da
participação de cada ‘personagem’ no crime era o valor ilegal obtido. Havia
muitos firmas de fachada e até um escritório de advocacia. Na ação desta quarta-feira,
4 acusados foram presos, mas por enquanto nenhum da região do Alto Tietê.
O seccional
Jair Ortiz também mencionou a existência de chefes da organização que foram
capturados conforme o desenvolvimento das investigações que se estenderam até em
cidades da Grande São Paulo ou Interior
do Estado como Piracicaba.
“A nossa
operação é destinada à combater o tráfico de drogas. O nosso objetivo é cortar
a estrutura financeira dela, sem dinheiro ela não consegue sobreviver”,
assinalou o delegado Interlizano. "Identificamos 27 empresas e 50 pessoas envolvidas com a lavagem de dinheiro do tráfico"
Quanto ao
nome da “Operação Pull Back”. O titular da Dise explicou que “a escolha foi
feita justamente porque a ação policial
atinge de certa forma o mercado financeiro”, detalhou.
BUSCAS
Uma mulher
foi alvo da operação por volta das 6 horas, em Jundiapeba. Ela contou aos
policiais que havia se separado do marido há cinco meses e ingressou no
tráfico. A mulher recebia dos usuários o pagamento das drogas através de máquinas de
cartões bancários que foram apreendidas.
Em uma das
casas de condomínio de luxo em Mogi, foi acordada pela equipe de
policiais. No local, foram encontrados R$ 1520,00.
A operação chegou
à residência de um casal em Guararema que articulava comercialmente a venda de
entorpecentes. Com os suspeitos a Polícia Civil apreendeu notebook e celular.
Um dos
investigados, estudante, de 26 anos, em São Paulo, não foi encontrado em sua
casa, onde estava somente a família, pois como todos os integrantes da organização
que curtem uma vida nobre com dinheiro ilícito, ele está viajando pela Europa.